segunda-feira, 28 de julho de 2008

Mitos e Verdades do Bafômetro

A Lei 11.705 chamada ‘Lei Seca’, com pouco mais de um mês, já foi responsável por horas e horas de debates. Quem não aprova sua rigidez tratou de disseminar uma série de dúvidas sobre o teste do bafômetro. Essas dúvidas ganharam força no imaginário dos motoristas. Posso ser pego pelo bafômetro depois de comer um inofensivo bombom com licor? Um gargarejo com Listerine vai me mandar para a delegacia? Para saber o que é mito e o que é verdade, foi realizado um teste prático. Quatro candidatos passaram pelo teste que foi dividido em três fases:

1. nossas cobaias passaram pelo bafômetro antes de consumir os produtos. Todos indicaram concentração nula de álcool.


2. foi realizada logo depois de os convidados terem experimentado os produtos. "A concentração detectada na boca logo após o consumo não corresponde ao teor real de álcool no sangue. Esses resultados são chamados de "falsos positivos". Não têm valor. Por isso é que o mesmo teste foi repetido depois de 15 minutos (o tempo necessário para o teor alcoólico cair na corrente sanguínea).


3. Na última etapa, depois desse tempo de espera, os convidados passaram pelo bafômetro novamente. É nesse momento que o aparelho mostra se o motorista está embriagado ou não. A lei estabelece como ato criminoso qualquer concentração de álcool no organismo do motorista.


A psicóloga Luize Rodrigues, 23 anos, foi escalada para comer os bombons com licor. A primeira porção foi de 1 unidade. O resultado imediato apontou 0,19mg/l. A segunda porção foi de 5 bombons, o falso positivo foi de 0,21mg/l. A terceira porção de 8 bombons teve resultado imediato de 1,27mg/l. Era só concentração de álcool na boca. Nas três etapas, após os 15 minutos de espera, o bafômetro deu resultado negativo. Não havia nenhum resquício de álcoolno sangue. O único inconveniente é que Luize ganhou 1.760 calorias.



A estudante Nathalia Ziemkiewicz, 21, experimentou um inocente sorvete de cachaça. Tomou uma bola e assoprou no aparelho. O resultado imediato foi de 0,12mg/l. Tomou mais duas bolas e o número aumentou para 0,19mg/l. Ela ficou assustada com o resultado. Calma, Nathalia. Após os 15 minutos, o álcool também sumiu da boca. Resultado negativo. Pode tomar seu sorvetinho sossegada.





Lucilene Rodriguêz Cordeiro, 28, assistente técnica, teve o trabalho mais chato. Ela foi responsável pelos gargarejos com o antisséptico bucal Listerine, que contém álcool em sua fórmula. Ao fazer bochechos com um único copinho do produto e soprar o bafômetro logo em seguida, o resultado foi de 1,61 mg/l. A concentração de álcool na boca seria suficiente para Lucilene ser presa. Mas o que vale é o resultado registrado depois de 15 minutos do gargarejo, quando o álcool já saiuda boca. E, mais uma vez, não houve qualquer resquício de álcool no sangue de Lucilene.


Embora sejam apresentadas como “sem álcool”, algumas cervejas apresentam um teor alcoólico pequeno. Coube ao único homem do grupo, o radialista Pedro Henrique da Silva, 21, o teste da cerveja. Ele tomou três latinhas. Já na primeira latinha, o resultado imediato acusou um teor alcoólico de 0,03 mg/l. Depois de 15 minutos, porém, mais um mito foi derrubado. O teste mostrou0,00mg/l de concentração no sangue.





Se eu fizer gargarejo com Listerine, sair de casa e for apanhado por uma blitz, posso pedir alguns minutos para o guarda antes de passar pelo bafômetro? Sim. De acordo com a assessoria de imprensa da Polícia Militar, o motorista pode explicar a situação ao oficial e pedir alguns minutos para assoprar o bafômetro. Assim, ele evitará o “falso positivo” detectado pelo álcool presente na boca, que não corresponde ao álcool no organismo.

Fonte. CurioCidade JORNAL DA TARDE . Sábado, 19/07/08.

Um comentário:

Nadu's disse...

Ola. Gostei dos testes, pois estou mesmo querendo saber sobre quanto tempo substancias como Listerine, etc ficam positivas; parece que os 15 minutos soa os vencedores.
Este foi um estudo official? se sim, seria possivel ter acesso a ele? Obrigada. Gostei.

Abracos